Afinal, para que serve a inteligência?
Aspecto que diferencia o homem do animal irracional, muitas vezes menos
bestializados do que nós? Para que serve esse atributo divino, que nos
confere (pelo menos assim deveria ser…) uma superioridade em relação aos
demais seres, pois sabemos ser feitos à imagem e semelhança D’Ele?
O que mais ouço, vejo e presencio na vida
social, sobretudo corporativa – e também familiar – seja através do
relato de terceiros e/ou da vivência, são pessoas boicotando umas às
outras, conscientemente ou não, em virtude de não conseguirem conviver e
aceitar com naturalidade as aptidões alheias.
Pessoas que esquecem
tanto de si, que o seu foco é o outro. Deixam de cultivar o brilho
próprio, para tentar encobrir o brilho alheio, através de comportamentos
escusos disfarçados.
Essas pessoas empenham grande parte do
seu esforço em manobras intelectuais e práticas, no sentido de tirar o
outro do caminho ou expô-lo numa fraqueza ou em criar ‘situações’
vexatórias e comprometedoras para aquele que lhe incomoda intimamente.
Muitas vezes – muitas mesmo – suas
empreitadas resultam em sucesso. E eles comemoram!!! Brindam!!! À sua
mediocridade e pequenez!
Pena que não se deem conta disso…
Afinal, qual é o brilho de um sujeito que
para aparecer ou se destacar, precisa derrubar ou tirar de tempo um
outro? Coitado dele(a)… já pensou o mal estar interno ou insegurança
toda vez que esse outro se aproximar em qualquer situação, por mais
simples e banal que seja? Que desconforto! Que auto engano!
Se algo do outro nos incomoda, o problema é nosso! Nosso sim!!!
O outro pode ser o que quiser, como
quiser, desde que não nos desrespeite ou prejudique. Mas, se ele nos
incomoda, perguntemo-nos o porquê.
Geralmente, ou não gostamos e não
aceitamos em nós algo que só vemos no outro, ou pior e muito recorrente,
o outro tem ou é algo que gostaríamos de ter ou ser.
Se utilizássemos a inteligência a nosso
real favor e para o nosso bem, aprenderíamos através do empirismo, única
forma de construção do saber dos povos primitivos, que perdurou por
anos e anos. Mas, como parecemos insistir em caminhar no sentido
contrário ao da evolução, ao invés de procurarmos aprender com o outro,
emprenhamos nossos esforços – e garras – para derrubar o outro. E o que é
pior: ficamos felizes com isso!
O indivíduo, sobretudo aquele que se
sobressai em algum aspecto, é geralmente posto de lado. Primeiramente e
sutil/disfarçadamente pelos familiares, muitas vezes por alguns (dos
falsos e invejosos) amigos e tantas outras pelos colegas de trabalho.
Enfim, o ser humano reluta em aceitar o diferente, principalmente aquele
um pouco acima da média.
As pessoas ficam confinadas em seus
pseudos mundos medíocres, sem evoluir em nada e ainda achando que são superiores, como se fossem a única e absoluta expressão do
real, do possível e do aceitável.
Mas se é justamente a diversidade que
confere riqueza e impulsiona o desenvolvimento? Pois que a igualdade de
aptidões, de saberes, de jeitos e de formas, fatalmente conduziria o
homem ao tédio e ao fim em si mesmo, uma vez que a falta da criatividade
e do novo, ceifariam a vida em todos os sentidos, antes mesmo da morte
propriamente dita.