22 de outubro de 2008

Caso Eloá

Estava lendo sobre o caso Eloá e achei essa opinião no Blog Construindo o Pensamento, a qual achei ótima!
Finalmente um artigo sincero.

Um trecho....

"Há uma certa dificuldade, uma espécie de bloqueio ideológico quase que imperceptível, que parece proibir a opinião pública - com raras e honrosas exceções - de dizer o óbvio: o principal culpado da tragédia de Santo André tem nome: Lindemberg. Em vez de apontar isso, já se tentou encontrar uma infinidade de teorias que levem a uma direção diferente. Culpou-se a polícia, o PSDB e o governador José Serra, as desigualdades sociais do país e até mesmo as tais "elites que governam o Brasil há mais de 500 anos..." Tal pensamento sustenta a idéia pedestre de que Lindemberg não seria um bandido por si só, mas um produto do meio desigual em que sempre viveu. Quem acompanhou os dias terríveis de cativeiro foi confrontado com pareceres emitidos por um sem número de estudiosos, todos sustentando que seria imprescindível analisar que fatores conjunturais teriam levado o jovem a cometer o crime que era transmitido ao vivo. A idéia é sempre criar um álibi para o bandido, atriuindo os crimes a uma falha que possa ser imputada a toda a sociedade. Às favas com essa ladainha! Eu não sou obrigado a carregar qualquer culpa pelos atos criminosos do bandido Lindemberg!

Considero que há um questionamento ainda mais importante a ser feito: que valores familiares e morais permitem que se ache normal o relacionamento amoroso entre uma menina de 15 anos e um homem de 22? Vou além: Eloá e Lindemberg namoraram durante três anos, antes do rompimento. Isso quer dizer que a menina tinha apenas 12 anos, ou seja, era uma criança! Apesar disso, começou e manteve um romance com um homem de 19. Estamos falando de pessoas com idéias, desejos e necessidades completamente diferentes. Claro que o relacionamento, de per si, não estava fadado ao fracasso. Mas temos de convir que não havia ali bons auspícios.

Sim, serei um tanto antiquado, mas não considero normal e aceitável que uma criança mantenha um relacionamento amoroso com um homem. Se isso é ser ortodoxo e conservador, não há problema, eu sou. E, como bom ortodoxo, assassino é assassino. Justificar o crime com uma sociologia terceiro-mundista que abraça a retórica da operssão social e, na melhor das hipóteses, errado. Na pior, contribui para que novos Lindembergs surjam e cometam crimes sob o manto das justificativas deontológicas para o mal óbvio e indiscutível."

Palmas para você