5 de janeiro de 2012

A mediocridade imbeciliza o homem

A evolução humana parece caminhar no sentido contrário ao seu desenvolvimento natural. Se não digo a vertente moral – com tantos escândalos, roubos, mensalões, desrespeitos de toda ordem, subornos e pequenos grandes delitos da vida privada (e quanta mer… há nessa privada!!!) – enfatizo a intelectual.
Afinal, para que serve a inteligência? Aspecto que diferencia o homem do animal irracional, muitas vezes menos bestializados do que nós? Para que serve esse atributo divino, que nos confere (pelo menos assim deveria ser…) uma superioridade em relação aos demais seres, pois sabemos ser feitos à imagem e semelhança D’Ele?
O que mais ouço, vejo e presencio na vida social, sobretudo corporativa – e também familiar – seja através do relato de terceiros e/ou da vivência, são pessoas boicotando umas às outras, conscientemente ou não, em virtude de não conseguirem conviver e aceitar com naturalidade as aptidões alheias. 
Pessoas que esquecem tanto de si, que o seu foco é o outro. Deixam de cultivar o brilho próprio, para tentar encobrir o brilho alheio, através de comportamentos escusos disfarçados.
Essas pessoas empenham grande parte do seu esforço em manobras intelectuais e práticas, no sentido de tirar o outro do caminho ou expô-lo numa fraqueza ou em criar ‘situações’ vexatórias e comprometedoras para aquele que lhe incomoda intimamente.
Muitas vezes – muitas mesmo – suas empreitadas resultam em sucesso. E eles comemoram!!! Brindam!!! À sua mediocridade e pequenez!
Pena que não se deem conta disso…
Afinal, qual é o brilho de um sujeito que para aparecer ou se destacar, precisa derrubar ou tirar de tempo um outro? Coitado dele(a)… já pensou o mal estar interno ou insegurança toda vez que esse outro se aproximar em qualquer situação, por mais simples e banal que seja? Que desconforto! Que auto engano!
Se algo do outro nos incomoda, o problema é nosso! Nosso sim!!!
O outro pode ser o que quiser, como quiser, desde que não nos desrespeite ou prejudique. Mas, se ele nos incomoda, perguntemo-nos o porquê.
Geralmente, ou não gostamos e não aceitamos em nós algo que só vemos no outro, ou pior e muito recorrente, o outro tem ou é algo que gostaríamos de ter ou ser.
Se utilizássemos a inteligência a nosso real favor e para o nosso bem, aprenderíamos através do empirismo, única forma de construção do saber dos povos primitivos, que perdurou por anos e anos. Mas, como parecemos insistir em caminhar no sentido contrário ao da evolução, ao invés de procurarmos aprender com o outro, emprenhamos nossos esforços – e garras – para derrubar o outro. E o que é pior: ficamos felizes com isso!
O indivíduo, sobretudo aquele que se sobressai em algum aspecto, é geralmente posto de lado. Primeiramente e sutil/disfarçadamente pelos familiares, muitas vezes por alguns (dos falsos e invejosos) amigos e tantas outras pelos colegas de trabalho. Enfim, o ser humano reluta em aceitar o diferente, principalmente aquele um pouco acima da média.
As pessoas ficam confinadas em seus pseudos mundos medíocres, sem evoluir em nada e ainda achando que são superiores, como se fossem a única e absoluta expressão do real, do possível e do aceitável.
Mas se é justamente a diversidade que confere riqueza e impulsiona o desenvolvimento? Pois que a igualdade de aptidões, de saberes, de jeitos e de formas, fatalmente conduziria o homem ao tédio e ao fim em si mesmo, uma vez que a falta da criatividade e do novo, ceifariam a vida em todos os sentidos, antes mesmo da morte propriamente dita.